domingo, 16 de agosto de 2009

Quarta Parte

Silhueta corroída da autocomiseração


É dessa espreitante névoa densa que reside uma nostalgia estilhaçada. Quisera tu ser só isso, mas veio a chuva. Ela veio trazendo consigo gotas de tristeza e aflição. Tratou de nutrir o natural frio da noite com a inércia iminente. Chuvinha graúda, constante que dilacera e agoniza.

Se um dia te oferecerem um corcel negro dos tempos medievais e um asno medíocre dos tempos atuais, qual tu escolhe?Prefira o asno da paciência, pois o corcel do desejo cego descansará na margem da obsolescência, aguardando a afável misericórdia do próximo realista.

A chuva se foi, expulsa pelo farol amarelo, que te orientou o caminho. Este ficou alagado por poças de um vazio ainda não preenchível. Agora elas desenham um recado da rápida e estratégica chuva para um coração ofegante: Usa a astúcia, o olhar chamejante, resoluto daquele atrevido sexy que não teme viver o seu impossível.

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