sábado, 28 de março de 2009

O frívolo telefone da grave ligação



Semelhante a uma aranha cínica e imperceptível, tecendo com a paciente hipocrisia sistemática, o fio da navalha que eteriza a presa para o suplício da última baba de veneno. Pobre aranha, esquece-se que o homem a manteve viva para lembrá-lo sempre que no mundo há seres iguais a ela.


-Alô?

-Você não está chorando.

-Eu sei. Tá ocupada?

-Não, não. Esqueceu que agora eu sou uma mulher de-so-cu-pa-da!


-Você não seria capaz. Você é tão bondoso.

-Sei disso, mas você sabe que quando sou mal, sou o melhor.

-Eu sei.

-Mas não sinto mais esse impulso, pois acredito que cada ser humano da corda a sua forca.


-Maiiiinhaa! A senhora não vê que eu estou conversando no telefone?!

-Huuuummmmm!

-Eu disse a ela que prezava tanto pela sua felicidade e realizações que ela se espantou com o tamanho do amor que eu sentia por você. Repliquei que era igual com todos.

-Obrigado...


-Ela mudou muito. Sim, mas são fases que deixam seqüelas.

-E eu me preocupo tanto com ela lá, sozinha.


-Apenas esqueça. Não iluda a si mesmo.

-Eu sei.

-Tenho que ir. Liga pra mim depois?

-Sim. Tchau. Te amo.

sábado, 21 de março de 2009

SUMÁRIO

AO LEITOR ............................................... 1
Capítulo I A liberdade .............................. 2
Capítulo II A perversão ............................ 3
Capítulo III A inocência ............................ 4

Capítulo IV O Monstro ............................. 5
Capítulo V diálogo com o espelho............ 6
Capítulo VI Não olhe para trás.................. 7

sábado, 14 de março de 2009

Deuxième partie


São tempos difíceis para Os Sonhadores, mas não obstante para a restauração de um sonho.

Nous marchons sous un ciel gris.


quinta-feira, 12 de março de 2009

Les Innocents




- Espelho, espelho meu. Existe alguém mais IDIOTA que eu?!

Espelho quebrado, estilhaços demarcados, sangue respingado.

O hipócrita penar pergunta:

-Quem irá cuidar de você agora?

-Eu.

A alienada prudência indaga:

-Quem irá limpar essa bagunça?

-Eu.

O hediondo sarcasmo questiona:

-E seus amigos, cadê?

-Aqui, sinalizando os meus movimentos.


Hey come here.
Let me whisper in your ear.
I hate myself and I want to die.


Notas de Um inventário




Un: Por que voltou se eu fechei a porta?

Deux: Por que voltou se você disse adeus?

Trois: Por que voltou se aquele era o último trem?

Quatre: Por que voltou se não havia mais tinta para colorir a estação?

Cinq: Por que voltou depois das minhas frias hipérboles?

Six: Por que minha garota tupiniquim?

Sept: Pourquoi?!

Huit: Voltou para seqüestrar esses insistentes porquês com um sereno beijar.

Neuf: Mas por quê?!