segunda-feira, 2 de março de 2009

O Envelope


Que estranho. Vivemos em um período de efervescência tecnológica e me encontro aqui, em pé, a escrever em um grande e pesado envelope, signos que serão encarregados de orientar o mortal Hermes de volta para o Olímpo. Minha mitologia é ornamental caro leitor e às vezes descongruente. Veja o Olímpo, por exemplo, não é uma montanha, mas sim uma torre. Torre branca, com azul alto de um amarelo característico. Lembro-me bem do pranto que surgira quando a vi, lágrimas escorriam do inverno coração aquecido pelo sol. Que lascivo... Atrevido!Meus olhos apenas viam aquela torre. O coraçãozinho que bate-bate, mas não para, agora bate forte, vívido, no dilema de "ser ou não ser”, mas a questão é: Sim, será enviado.

O sistema fora do ar?! Envio como carta simples?Sim, embora não se passe por sua cabeça, cara senhora, que de simplicidade nessa carta, só há o gesto de enviá-la.

Sai do prédio e olho pro céu, vejo esse sol que me persegue. Ponho meus óculos. Já disse que não quero encará-lo, não agora. Então o dilema me acompanha até a esquina e no virar do cone nos separamos. Mas eu ainda me pergunto: Será que meu envelope chegará ao Olímpo?E os deuses? Recuperaram a imortalidade que ainda não foi encontrada?Espero que Hermes ajude-os a encontrá-la, afinal o tempo para quem não é deus passa.



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