Quando o gozo de viver se extingue , desapercebido aos sentidos, quando a excitação pelo mistério do existir não mais consterna a alma, quando a apatia a dor suplanta até o milagre do sol que nasce e morre a cada dia, quando a intolerância enoja a imagem do irmão ao ponto de, por vaidade, decidir extingui-lo, e quando o amor nada mais é que uma morfina homeopática para uma psicose brotada da mentira alheia, eu caminho, com passos pesados e a mente alvoroçada em pensamentos cíclicos, pois bem sei que a ajuda alheia me será tão somente inútil, para o meu ostracismo voluntário. Aqui, cometo um pequeno crime contra mim mesmo: o do silêncio. Só assim, nesse aconchegante vácuo sonoro, impero em meio a uma diversa selva de livros, filmes e periódicos, na busca da quimera a qual carrego, mas nunca a toco em plenitude - a liberdade.
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