Um filme poderia ser apenas um rosto, pois a essência não se constitui efetivamente nas palavras, ma sim naquilo que não poder ser verbalizado-seja o literário olhar ou a densidade dos gestos.
As leis da física podem ser alteradas?É possível que à meia-noite exista um sol amarelo que reverbere impetuosamente? Se Honoré fez Garrel- o Jean Pierre-Léaud da atual França- apaixonar-se devotamente por uma aluna e mergulhá-lo em sua impossível e trágica relação, o que não mais é possível?
Pode parecer mais uma citação e homenagem, mas o fato é que se tornou algo vivo, sublime, sem receio que a sua exposição o torne banal e vazio. Refiro-me caro leitor, a essa inevitável cópula entre o concreto e a sua transparente abstração.
Diálogo entre Junie e Nemours:
-Não tenho vergonha de conversar francamente. Eu pensei que houvesse uma coisa que você gostasse
-Você não confia muito em mim, então.
-Eu não sou boba. Você é lindo. Todos gostam de você. Você conhece várias garotas... Eu conheci pelo menos duas delas. Assim como com elas, um dia, você vai partir para amar outras que você achar mais agradáveis. E eu não sobreviverei. Sem contar os ciúmes. O estado que a carta me deixou... Eu sempre pensei que você fosse amado, e estivesse amando outra pessoa. Talvez eu fosse capaz de perdurar minha tristeza... outros também.
-Não vai funcionar, Junie. Você não pode resistir sozinha a esse amor.
Porque eu estou armado. E não vou deixar você fazer isso.
[...]
- Junie Partiu ontem à tarde.
-Para onde ela foi?
-Não posso te contar. Ela foi para longe. Você não deve esperar por ela. Ela disse para não repassar nenhuma notícia, que não quer ouvir falar de você nunca mais.
-Obrigado...
Canção “Comme
Como a chuva nos faz falta por vezes.
Quando o sol nos mata
Quando seus raios nos parecem frios
Quando não se ama mais.
[http://www.youtube.com/watch?v=Ms3ueXukFrE]
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